Aquele momento mágico no qual você vê algo que te inspira. Uma imagem, um som, um encantamento. Dentro de você imagens, cores e sabores passam a tilintar em uma frenética vontade de criar asas e voar. [...]
Sua mente se contrai, se torce e dói tentando com toda a força espremer em pingos ortográficos o turbilhão de sensações. Mas, como expressar algo tão inexplicável quanto um pensamento em sua perfeição?
Sua mente se contrai, se torce e dói tentando com toda a força espremer em pingos ortográficos o turbilhão de sensações. Mas, como expressar algo tão inexplicável quanto um pensamento em sua perfeição?
A ideia é rápida, é veloz, mas não domina as palavras. A ideia é mais coração do que mente.
E não estou falando de ideias matematicamente calculadas, ou de revoluções científicas. Falo da ideia da sensação. Da enchente que invade nosso cérebro procurando formas de escoar. Do mergulho profundo e abismal dentro de nós mesmos.
Como traduzir isto? Posso escrever um texto, criar uma melodia, ou pincelar um quadro jogando nele todo o meu ardor, mas com tudo isto, ainda estaria longe, muito longe de raspar o fundo ou de sequer chegar na metade do significado.
E quanto mais eu tentar me expressar, mais a ideia simples e bela que eu tanto quis exprimir vai se perdendo em um mar de tentativas frustradas. E maior e mais complexo vai ficando o processo.
Mas no fim, acho que isto faz parte da evolução artística e pessoal. Tentar exprimir algo, tentar tocar o fundo, só para descobrir então que não existe fundo, pois não existem limites. E o maior erro foi tentar privar a sensação às minhas paredes, às MINHAS incapacidades.
Porque eu posso mostrar um pouco, mas outro alguém poderá mostrar mais. E assim cada pensamento, cada expressão vai se juntando e multiplicando em um imenso mosaico de tentativas e lições, que não acaba jamais. (Ayla Dresch)
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